segunda-feira, 15 de abril de 2019

Turistei por Lujan (Argentina) - Zoo Lujan - Trip #25

Oi gente!


Nós sempre gostamos de conhecer a fauna e a flora dos lugares que visitamos, da natureza em geral. Demorei a postar sobre o Zoo Lujan porque envolve uma polêmica em torno dele. Mas vou deixar as críticas pro final. Vamos contar um pouco sobre o que esperar ao chegar lá. O Zoo fica na cidade de mesmo nome, próximo 67 quilômetros da Capital argentina Buenos Aires. 

Como chegar e entrar no Zoo

Para ir de ônibus, pegue a linha 57 na Plaza Itália e peça pra descer no Zoo, o trajeto dura em torno de duas horas. Você precisa comprar a passagem de volta, ter o cartão subte ou ter moedas. Eles não aceitam dinheiro de papel nos ônibus. Já de van, o trajeto dura apenas uma hora, um pouco mais caro, saindo de frente ao Obelisco, na Av. 9 de Julio. Eles aceitam real como pagamento. O ingresso dá direito de entrar em todos os locais do parque, podendo entrar e sair do local, quantas vezes quiser com o mesmo ingresso. O tour começa com uma exposição permanente de carros e uma das maiores coleções de tratores antigos do país.


Acampando no  Zoo Lujan

 Também é possível acampar em barracas ou levar um motor home para Zoo. O preço é individual e por dia e dá direito a usar a eletricidade do jardim zoológico. Pagando uma taxa, também é possível utilizar os banheiros, que possuem água quente. Se for acampar de automóvel, ele entra em um setor da propriedade do zoo, sem pagar estacionamento. Também é possível utilizar as churrasqueiras do zoo, estando acampado ou não.

Interação com os animais

 

Uma das coisas que diferencia o Zoo Lujan dos demais zoológicos que fomos, é que lá você tem a possibilidade de interagir com os animais dentro das jaulas ou dos espaços que eles ocupam. As jaulas que estavam disponíveis para visitação dos felinos eram uma com dois tigres e outra com dois leões. Tinham outras jaulas com leões, tigres brancos, pumas, tigres amarelos, mas não era possível acessar estas pois os animais eram mais adultos e ferozes. 

Jaulas dos leões e tigres

O tempo que ficamos dentro de cada jaula foi em torno de dois minutos, mas com uma gorjeta adicional, os cuidadores te tratavam como vip e você ganhava um tempo a mais para acariciar o animal. Não era possível tocar em seu rosto, patas ou rabo, apenas no dorso, por trás da cabeça e costas. Na jaula dos tigres, tivemos que ele esperar ele comer, pois um deles se levantou, veio pra muito perto de nós. Tivemos que ficar atrás do seu cuidador, enquanto ele mandava o bichano se afastar. Ele foi para cima de uma mesa baixa e recebeu comida. Quando estava mais calmo, pudemos chegar perto e tirar algumas fotos. Com uma gorjeta a mais, pudemos dar leite na mamadeira onde colocávamos leite na nossa mão e o tigre lambia o leite com sua língua super áspera. Realmente nós não tínhamos noção do perigo.


Na jaula dos leões, pudemos ouvir um rugido bem forte antes de nossa entrada, o que deu um pouco de medo. Diferente do tigre, o leão não ficou parado nenhum minuto e nós tivemos que ficar andando ao lado dele para poder chegar mais perto. Não tive coragem de encará-lo, e o cuidador pegou minha mão e colocou no pelo dele, com o animal em movimento mesmo. Tiramos algumas fotos e saímos. Menores de 18 anos não entram nas jaulas.

 


Interação com o leãozinho

"Um filhote de leão, raio da manhã, arrastando meu olhar como um imã" Mais que poético esse momento. Foi uma sensação indescritível estar tão perto de um filhote de leão. Apesar de que, ele nem nos deu bola, com seus quilos de carne comendo sem parar, rs. A única coisa que dava medo nesse espaço era um cachorro boxer, que parecia que ia nos atacar. Os funcionários disseram que desde pequenos, os animais do zoológico são criados com cachorros, por isso ficam mais dóceis e que fazem atividade física à noite, por isso ficam mais sonolentos pela manhã.


Ao chegar no zoológico, nosso guia nos orientou a ir primeiro para as jaulas dos felinos pois formam grandes filas. Ficamos em torno de 20 minutos esperando em cada uma. Você pode fotografar com sua câmera ou celular, mesmo assim, tem um fotógrafo dentro de cada jaula que tira suas fotos e no final entrega um papel com uma numeração. Se ao final do dia, você tiver interesse, pode passar na Casa de Fotografia e receber um pen drive com suas fotos além de mais cem fotos de qualidade dos animais do zoo, e um porta retrato de papelão com duas fotos suas a escolher. Como eu estava acompanhada de um fotógrafo, não pensava em pagar 700 pesos pelos arquivos com o pen drive (em torno de 100 reais). 


Visitas Guiadas

Às 11h, após a visitação dos felinos, começou uma visita guiada onde os visitantes conhecem as características dos animais, as diferenças entre espécies semelhantes, recebem informações sobre seus hábitos, sobre as regras básicas de tratamento dos animais. Na nossa visita pudemos ver a ursa "Gorda", além de um urso hibernando e diversos animais como alces, veados, antílopes e focas. Não  é possível entrar nos recintos destes animais, ficamos do outro lado da grade, enquanto a guia caminha e explica com um megafone. Chegando no recinto dos ursos, é possível alimentá-los com pequenos tabletes de doce de batatas, através de um buraco no vidro, caso queira comprar os saquinhos de alimento.


Recinto do Elefante

Depois da visita guiada fomos passear sozinhos pelo outro lado do parque. Começamos pelo espaço do elefante. Neste lugar, pudemos alimentar o elefante com pedaços de pão. Ficamos de costas para ele e levantamos a comida, para tirar a foto. Ele então pega a comida de uma vez e ainda levantou a tromba para foto. Não estávamos sozinhos no local, se olhar bem pra foto, vai ver que tem uma pessoa abaixada atrás de nós, por questão de segurança. Paramos para comer um fast food no restaurante e voltamos para continuar a explorar o ambiente.



Gansos, avestruz, pavão, coelhos e galinhas

É necessário dizer que vários animais ficam soltos pelo zoo, que mais parece uma fazenda. Então, uma dica muito importante, é que você não deve alimentar os gansos. Eles vão ficar circulando você quando for comer e podem se tornar agressivos. Os demais animais que tem por lá são tranquilos, como o pavão, avestruz e as galinhas. No dia em que fomos estava muito frio e chuviscando de vez em quando. Como boa parte do chão lá é todo na terra, fica um lamaçal aqui e ali.



Recinto das Araras

Continuando nosso passeio, entramos no recinto das araras. Tinham araras e tucanos lá. Foi o único lugar onde me senti realmente ameaçada pelos animais. Tentei várias vezes fazer uma selfie com essa arara da foto, mas ela não foi muito com a minha cara. Ela desceu e eu fui atrás. Ela subiu e eu fui atrás. Quando cheguei bem perto, ela tentou me bicar, e eu, escandalosa que sou, saí correndo do lugar sem a bendita selfie.


Lhamas

As lhamas também estavam à solta. Passei uns 10 minutos querendo tirar uma foto perto delas, mas como não conhecia o animal, e tinha medo de levar uma cusparada na cara, fui me aproximando aos poucos. Até que, uma garotinha chegou, pegou umas plantinhas do chão, ofereceu pra lhama e ela foi comer em sua mão. Aproveitei pra fazer amizade também.



Chegamos em uma tenda fechada e só nesse momento descobrimos que existia um espaço dentro do zoo que não era possível fotografar com sua própria câmera, apenas com a câmera e o fotógrafo do zoo. Os visitantes que estavam na fila informaram que era o recinto das grandes cobras. Arrumei coragem e entramos na fila.




Recinto das cobras e iguana

Só muitos meses depois de tirar as fotos com a cobra é que dei conta que ela só precisava fazer uma forcinha pra estrangular meu pescoço, rs. Não tive coragem de segurar a cabeça dela. Não fazia ideia da força que ela tinha, nem de como era pesada, fria e àspera. Depois de ter coragem de tirar a foto, ia querer o pen drive do zoo de todo jeito por causa desse registro. E nós já tínhamos fotos maravilhosas de todos os outros espaços. 


Foram apenas alguns segundos entre o pavor e a coragem. Depois desse ato de superação (pra quem tem medo até de olhar pra foto de sapo, tem tartaruga e tem medo de tocá-la  e não mata uma barata há anos), tiramos fotos com as araras. Ainda sem muita confiança nelas, depois do episódio que uma queria me bicar, o cuidador e a arara discutiram porque uma delas não queria vir pras minhas mãos, como se tivesse pouco espaço pra elas. Mas vieram. 



Aí veio o último bicho do recinto, a iguana. O funcionário perguntou se queria tirar foto com ela, e eu disse que queria tudo que tivesse direito. Me mandaram levantar o rabo dela e lá fui eu. Semanas depois, quando postei essa foto, minha amiga Ane disse que da cobra não tinha medo, mas desse bicho aí, sim. Pesquisei na internet e descobri que ela pode dar uma rabeada e te mandar pro hospital. Mais uma vez, correndo perigo, sem saber, rs. 


Cabras e Bodes

Esse foi um encontro bem peculiar. Acostumada a ver cabras e bodes quando criança nos sítios das cidades do interior da Paraíba, não tinha tanta interação com eles. Fiquei "abestalhada" com os bodes e cabras do Zoo Lujan. Eles estavam em uma cercado. Eram gigantes, com enormes chifres e super "carinhosos". Vinham pra perto da gente e baixavam a cabeça pra gente passar a mão. No frio de 10 graus que estava, tinha que ser de luva mesmo (cortei a ponta do dedo indicador da luva pra poder usar o celular durante o passeio, depois ficou super estranho e deselegante aquele dedo de fora pra todo lado, rs)


O dia foi longo, encontramos ainda zebras, mas não era possível entrar no recinto. Depois desse dia fiquei sabendo que tinham outros animais no lugar como camelos, Pôneis, cavalos, bezerros, macacos, entre outros. O que me levou a fazer uma viagem pro Rio Grande do Norte só pra conhecer os primos dos camelos em Natal: os dromedários (assunto pra um futuro post)


Nosso tempo estava acabando e ainda ficaram alguns poucos espaços sem conhecer. Passamos na Casa de Fotografia para comprar o pen drive e imprimir nossas fotos pros porta-retratos que vinham no pacote. Eu amei esse passeio. Antes de viajar, me disseram para não ir ao zoo pois eles dopavam os animais. Inclusive haters me xingaram por postar fotos com os animais. Fiquei um bom tempo pensando sobre isso e cheguei a me sentir mal. Claro que não queremos contribuir com maus tratos a animais, e acho que no futuro, os zoológicos serão substituídos por espaços maiores, como santuários ecológicos, mais parecidos com seu habitat natural, onde os animais possam ser mais veículos de educação do que recreação.



Como disse no começo da postagem, gosto de conhecer a fauna e a flora dos locais por onde passamos e tinham muitos animais que gostaria de conhecer pessoalmente. A nossa percepção sobre o local é que os animais não estavam dopados. Entramos em duas jaulas e os animais estavam bem ativos e davam um medo real. Estavam inclusive mais ativos que o antigo leão da Bica (zoológico de João Pessoa). Lógico que não são animais domésticos, são animais selvagens. O leãozinho realmente estava ao lado de um cachorro e parecia muito bem cuidado, estava com comida farta e brincando. Não tive a impressão ruim que muitas pessoas tiveram. Os animais tem horário para visitação nas jaulas. Se existem maus tratos, tem que ser denunciados aos órgãos competentes. Além disso, o Zoo tem um projeto bem bacana, que talvez muita gente não saiba, o projeto "Lazoos". 



Programa Lazoos

A Fundação Ecológica Zoo Lujan é pioneira na província de Buenos Aires em zooterapia através do do programa Lazoos. A zooterapia é uma terapia assistida por animais (TACA). e é uma poderosa ferramenta terapêutica para o tratamento e reabilitação de pacientes com diferentes patologias, desde a saúde física, cognitiva ou mental. O contato com a natureza e com os animais produz uma capacitação dos sentidos, abrindo canais de percepção e comunicação. 

Os animais são selecionados de acordo com suas características e as do paciente participante. Na instituição, contingentes pertencentes a diferentes instituições beneficiadas são recebidos gratuitamente desde 2003.O programa “Lazoos” foi declarado de interesse legislativo em 2006 pela Câmara dos Deputados da Província de Buenos Aires. A terapia assistida por animais é um tratamento que visa melhorar a qualidade de vida de pacientes com capacidades físicas reduzidas ou com problemas de natureza psicológica, motora ou social.


A superestimulação gerada pela emoção do contato com os animais durante um dia de trabalho permite obter uma recuperação perceptível em um período mais curto do que o obtido nas abordagens terapêuticas tradicionais. Os animais são usados ​​como uma ferramenta de canalização e catalisação no tratamento. Para trabalhar em zooterapia, passam por controles exaustivos: são treinados, alimentados, desparasitados, escovados e banhados, e possuem certificados de boa saúde emitidos pelo veterinário responsável. É muito interessante como a terapia animal tem feito grandes progressos em crianças com autismo e distúrbios do desenvolvimento.


Sem dúvida, o trabalho ao ar livre, somado ao contato com o mundo animal que os cerca, conecta os pacientes com suas necessidades de expressão, o que melhora seus transtornos de humor, reduz agressão e angústia e os acompanha, gerando um vínculo de confiança. A zooterapia é uma metodologia psicoeducacional, na qual animais e terapeutas especializados interagem para tratar uma doença, principalmente em crianças. Seus usos apontam para reabilitação psicológica (depressão, fobias, impulsos agressivos, relaxamento), física (sequelas de AVC, plegia, paresia) e social (socialização).



2 comentários:

  1. Com essas explicações detalhadas sobre o Zoo Lujan, me deu até vontade de conhecer de perto o lugar. Adorei, parabéns!

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