quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Turistei por Buenos Aires (Argentina) - Tango no Café Tortoni - Trip #15

Hola!

Na Sala Alphonsina Storni

A história da nossa trip de hoje é uma experiência porteña da nossa viagem para a Argentina em 2018.  Uma das coisas que você tem que fazer em Buenos Aires é conhecer um show de tango. Pensar em Argentina é pensar no tango e vice-versa. Apesar de existir uma grande quantidade de lugares e atrações neste país, o tango é o destaque das atrações turísticas de lá. Entre as diversas opções para assistir a shows de tango na cidade, nós escolhemos duas. A primeira foi no Café Tortoni, que vamos contar aqui, e a segunda no Cátulo Tango, que vamos deixar pra um outro post.

Fachada do Café Tortoni

O Café Tortoni é um lugar tradicional de difusão cultural e turístico por excelência, fundado em  1858, funcionando na Avenida de Mayo desde 1880, no bairro Montserrat. O lugar era frequentado por pintores, escritores, jornalistas e músicos, onde antes funcionou a maior associação literária de Buenos Aires liderada pelo pintor Benito Quinquela Martin. É um dos "bares notáveis" de Buenos Aires apoiado pelo governo. Em suas mesas de mármores e suas paredes, está presente uma parte da história de Buenos Aires. O emblemático Carlos Gardel tinha sempre uma mesa reservada no Café Tortoni, do lado direito do salão, junto à janela, longe da vista dos seus admiradores.


O café conserva a decoração antiga e tradicional desde os seus primeiros anos no estilo art noveau: a fachada, o letreiro, os vitrais no teto, os lustres,  as colunas, os quadros e os bustos das personalidades argentinas conhecidas. O horário de funcionamento é das 8h da manhã até 1h da madrugada. Os shows acontecem diariamente às 18h, 20h e 22h.

Souvernirs  teto e cafeteira do Café Tortoni

 O lugar tem 3 espaços: O primeiro é a sala Eladia Blasquez, com capacidade para 45 pessoas. É a sala onde antigamente ficavam as mesas de bilhar e salões para jogar dominó. A segunda sala é a La Bodega que desde 1920 apresenta uma intensa atividade cultural no subsolo do café, com capacidade para 80 pessoas. A terceira sala é Alphosina  Storni que é projetada para vozes, instrumentos e coreografias, para receber diferentes artistas de jazz e de tango. A sala tem capacidade para 55 pessoas e conta com palco, piano, iluminação e sistema de áudio. Das três salas só não conhecemos a "La bodega".

Sala Eladia Blasquez

É o café aberto mais antigo de Buenos Aires. O cardápio é longo e variado, incluindo tábuas de carnes, bifes de chorizo, saladas, lomos gratinados, cafés da manhã, cafés frios especiais, sanduíches,  bolos e tábuas de queijo. Nós escolhemos chocolates com churros e provamos os famosos alfajores argentinos para começar, enquanto aguardávamos o salão abrir, para os clientes assistirem o show de tango. Os preços do menu são relativamente caros, mas vale a pena. No cardápio, tem também o "leche merengada" (da canção de Maria Elena Walsh) onde os clientes podem pedir, o mesmo sorvete de leite, há mais de um século.

Alfajores

É possível comprar souvenirs e levar uma pequena lembrança personalizada do Café Tortoni. Tem vários objetos disponíveis e à venda na vitrine do Café, como xícaras, imãs de geladeira e objetos como miniatura da fachada do café ou de um casal dançando tango.

Com o cantor Carlos Rossi

Os shows de tango  no café tem preços acessíveis, comparados com outras casas de tango. Em outros locais, geralmente são vendidos juntos com o jantar, porém no café Tortoni é possível assistir ao show sem o jantar ou pedir comida e bebidas a la carte. Assistimos ao show do cantor Carlos Rossi, um cantor de tango que faz shows com seu grupo há décadas no café. Abaixo alguns trechos do show de tango no Café Tortoni.


História do Café Tortoni

Fundada em 1858 por um imigrante francês cujo só se sabe o sobrenome (Touan), a cafeteria foi batizada de Tortoni, nome emprestado de um estabelecimento frequentado pela elite de Paris no século 19. Algumas décadas depois, o Café foi passado então para um outro francês, Dom Celestino Curutchet. Em seus primórdios, o Café Tortoni foi frequentado pela classe artística e os jornalistas de Buenos Aires que faziam parte do grupo “Agrupação de Gente de Letras e Artes” e que, posteriormente, passou a se chamar “La Peña”, que foi quando o subsolo do estabelecimento se tornou sua sede, já que, segundo o dono do local, os artistas, apesar de gastarem pouco, traziam fama e prestígio ao Café.


Por una cabeza

Programação Cultural do Café Tortoni

A maior parte da fama do Café Tortoni de hoje em dia vem dos shows que acontecem no local, afinal essa é a principal e mais antiga casa de tango de Buenos Aires. Aos sábados, a dupla Missão Tango assume o palco da Sala Alphonsina Storni do Café para se apresentar às 20h. Às 22h, sobe ao palco a voz de Oscar Ramirez. Aos domingos, a cantora Nora Bilous se apresenta às 20h e já às 22h, a dançarina Silvia Nieves assume o tango no palco. Para quem pensa que as noites de apresentação acabam por ai, está enganado. Nos dias da semana o grupo Sensações do Tango exibe seu show na sala La Bodega em dois horários, às 20h e 22h.



Tango em Buenos Aires

As primeiras manifestações de tango começaram por volta de 1880 às margens do Rio de La Plata, combinando elementos de diversas culturas como a milonga, música cubana e até música negra. Na verdade, na língua africana, "tango" era o lugar onde eram reunidos os escravos, antes de serem traficados. Poderia se dizer, que era a resposta porteña ao candombe (música negra) que estava se desenvolvendo no país vizinho do Uruguai. 


Em Buenos Aires, começou timidamente como uma música proibida e marginal, praticada praticamente pelos homens e mulheres da noite. Porém, em poucos anos, foi aceito socialmente e se tornou um dos pilares da cultura argentina. Inicialmente os homens dançavam só entre eles. Como só tocava em bordéis e locais de reputação duvidosa, as mulheres que dançavam na época eram as prostitutas, o que foi fazendo do estilo uma dança abertamente sensual com evidente contato corporal. 


As primeiras letras eram obscenas e improvisadas tendo como exemplo da essência do tango a figura do "compadrito", o malando de olhar torto, encostado numa esquina de um bairro qualquer, ajeitando seu chapéu. Os músicos eram limitados tecnicamente, com poucos conhecimentos teóricos. Os trios eram formados por violino, flauta e violão até a chegada do bandoneon. A dança só foi incorporada nas apresentações no século XX. Foi o século onde o tango se espalhou entre os salões de baile, academias e bares até ser aceito pela sociedade. Foi exportado para a Europa em 1910 e depois virou sucesso na França.

Nos anos 1920, o tango entra nos elegantes cabarés de Buenos Aires e as letras começam a mudar, com temas sobre a mulher perdida, o passado e a figura materna. Nos anos 1930 músicos célebres começam a aparecer em orquestras tocando tango, como Astor Piazolla. Nos anos 1960, começa a perder um pouco sua popularidade, mas, ressurge no final do século passado, principalmente nas gerações mais jovens. Entre os cantores mais conhecidos destaca-se Carlos Gardel.



Nosso primeiro show de tango foi alegre e divertido. Foi o primeiro lugar que fomos em Buenos Aires. Tudo era novidade na nossa primeira viagem internacional. Nos divertimos muito com os sotaques, as novas palavras, os novos sabores, o clima frio e as pessoas. Nos sentimos em outra época embarcando nessa experiência do tango. Mergulhar na essência da cultura de outro país é incrível.

sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Turistei por Cabedelo (PB) - Vôo de Paramotor - Trip #14

Oi gente!

Em novembro de 2018 decidimos fazer um vôo de paramotor e escolhemos a @paramotorjampa do Petrônio para nos proporcionar essa aventura. Marcamos uma vez, mas um dia antes foi remarcado devido a mudança na força do vento. Quando o vôo é de parapente, você precisa de uma velocidade do vento maior que 20 quilômetros por hora, dependendo da vela, que é obtida ao correr para decolar. Já no paramotor, essa velocidade do vento se gera graças a força do motor que o piloto leva nas costas, superando a velocidade para decolar. Enquanto o parapente requer uma certa altura para voar, com o paramotor é possível levantar vôo de  praticamente qualquer lugar plano. Para a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), o paramotor está entre o parapente e o ultraleve. 


Vôo de Wênia e Petrônio no paramotor

Nos encontramos com o piloto na praia de Intermares, em Cabedelo (PB). O võo dura de 10 a 15 minutos e custa R$ 200,00 para sobrevoar as praias de Intermares e Bessa, basicamente. Como fomos em casal tivermos um desconto e os dois ficaram por R$ 350,00. Petrônio aceita cartão e crédito e parcela o pagamento. Ele também faz vôos em outros lugares, um deles é o sobrevoar Areia Vermelha, que é uma ilha que emerge em frente à praia de Camboinha, em Cabedelo, quando a maré está baixa. Esse passeio custa R$ 300,00 por pessoa. 

Vôo de Thiago e Petrônio no paramotor

Para ser piloto de paramotor, é preciso fazer um curso de instrutor em escola homologada pela ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) e ter habilitação para pilotar, além de ser credenciado à ABPM (Associação Brasileira de Paramotor). Essa habilitação pode ser via ANAC ou associação. Os vôos sobre o litoral devem ser distante 200 metros após a arrebentação das ondas. Não pode sobrevoar aglomerações, casas nem a rede elétrica. 


Se um fiscal, que receber uma denúncia, flagrar um piloto dirigindo sem habilitação ou fora da lei,  o piloto  receberá uma punição administrativa com multa. A multa pode chegar a R$ 10 mil reais, por infringir a legislação aeronáutica, além de responder a ação. Se você não quer fazer um curso de paramotor para poder voar sozinho, pode fazer um vôo duplo com um piloto habilitado. A parte boa da decolagem do vôo, é que você não precisa ficar com medo de saltar, pois o vôo sai do chão. No duplo, o piloto vai atrás de você carregando o motor nas costas. É preciso que cada pessoa do vôo tenha mais que 50 quilos. 


O equipamento para voar se resume basicamente ao parapente e o motor (motor, estrutura, hélice, tanque, selete ou "cadeirinha" e mosquetões), incluindo os acessórios de segurança como cintos e capacete. O capacete é específico pois possui um abafador de ruídos e fonia para comunicação, para que você converse com o piloto durante o vôo. É necessário também um paraquedas de emergência, pois no caso de uma pane, ele que te salvará. 



A sensação é bem estranha no início, sem saber como aquele ventiladorzinho vai te fazer voar. Thiago voou primeiro e eu depois. Minha decolagem não deu certo da primeira vez e eu fiquei um pouco nervosa, mas a segunda decolagem deu certo. Na decolagem, o piloto abre o parapente de acordo com a direção do vento, e você precisa correr até tirar os pés do chão, e na minha primeira decolagem o parapente mudou a direção do vento e "murchou". Depois disso, é só aproveitar a paisagem. O Petrônio vai ter perguntar se você quer com ou sem emoção. Eu escolhi "sem" e Thiago "com".  Fiquei meio travada admirando a vista, mas, sem a euforia que Thiago estava. Fiquei apenas contemplando o horizonte e a escala de cores do mar, emquanto o Petrônio puxava conversa pra eu interagir e relaxar. Talvez por isso, eu tenha ganhado um "bônus" e ficado um tempo a mais. 




Sobrevoamos o Bar Lovina, a praia de Intermares, O Mar do Macaco, bar do Surfista até a praia do Bessa. Dava pra ver até a Praia do Jacaré,  enquanto Petrônio contava sobre os lugares que estávamos sobrevoando. É um passeio inesquecível pra fazer várias vezes. Na próxima, quero sobrevoar Areia Vermelha. O Petrônio filma o vôo numa Go Pro em 4k e passa todo o vídeo pra você no final. Leve um pen drive. Recomendo a @paramotorjampa. Petrônio é experiente, seu equipamento oferece segurança e ele é muito atencioso! 

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